Mundo
No mês de agosto observamos uma forte alta nas taxas de juros nos países desenvolvidos, notadamente nos EUA e na Europa. Nos EUA, os principais fatores por de trás desta alta foram a resiliência da atividade econômica e do emprego, ao passo que na Europa, o vilão segue sendo a inflação com surpresas altistas na maioria dos países do bloco. A postura bastante austera do Fed e do Banco Central Europeu também contribuiu para o movimento nas curvas de juros. Ambos os bancos centrais seguem bastante preocupados com a inflação, com alguns membros do ECB sinalizando uma eventual alta de 75bps na próxima reunião. Com a abertura das taxas, os ativos de risco não performaram bem e as bolsas terminaram o mês no negativo. Seguimos com uma exposição baixa na bolsa americana: comprados em algumas ações de tecnologia com hedge parcial nos índices SPX e Nasdaq. Com relação à estratégia de juros, aumentamos a posição tomada em juros americanos e europeus no início do mês, tendo reduzido ao final, após a reprecificação das curvas.
Brasil
No Brasil, apesar da resiliência da atividade seguida de revisões altistas para o PIB, tanto o mercado quanto o Banco Central parecem estar mais confortáveis com o cenário de desinflação. Nos nossos modelos, a inflação também parece ter feito pico e deve dar conforto ao Banco Central para encerrar o ciclo de alta da taxa Selic. Sendo assim, iniciamos uma posição aplicada nos juros brasileiros, mas ainda de tamanho comedido. As razões para a nossa cautela são: o cenário externo com a inflação ainda surpreendendo para cima na maioria dos países desenvolvidos e a distância temporal do eventual ciclo de cortes no Brasil. Acreditamos que o cenário prospectivo para a inflação permite ao Banco Central interromper o ciclo atual de aperto, porém ainda nos parece muito prematuro vislumbrar o início do ciclo de cortes. Nós demais mercados, seguimos sem grandes posições direcionais; apenas com a posição de valor relativo vendida em Ibovespa e comprada no Real, a qual estamos reavaliando com o fim esperado do ciclo de alta de juros.