Janeiro/2025 – Parcitas Hedge FIC FIM

 

Mundo

 
O cenário internacional em janeiro foi marcado por uma forte movimentação nos
mercados globais, impulsionada pela posse do presidente americano Donald Trump e
por uma série de dados econômicos robustos vindos dos Estados Unidos, que ampliaram
o otimismo em relação à recuperação da maior economia do mundo. A virada do ano
trouxe a divulgação do relatório de emprego de dezembro, que surpreendeu
positivamente, com o payroll superando as expectativas de mercado e indicando uma
queda no índice de desemprego. Esses resultados reforçaram a percepção de uma
economia americana saudável, afastando os receios de uma possível recessão que
dominaram parte das narrativas em meados de 2024.Além disso, o desempenho sólido em indicadores do varejo, da produção industrial e dos índices ISM (geral e manufatureiro) corroboraram a leitura de que a economia dos EUA segue resiliente, mantendo-se em uma trajetória de crescimento. Por outro lado, os dados de inflação trouxeram um alívio, com o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor(CPI) mostrando sinais de desaceleração. A pressão inflacionária foi reduzida, especialmente no componente de aluguéis, que vinha sendo uma das principais fontes de preocupação, dado seu comportamento persistentemente elevado. O cenário, portanto, favoreceu um ambiente de Goldilocks nos primeiros dias de janeiro, com os investidores acreditando em um equilíbrio entre crescimento e inflação sob controle. No entanto, a posse de Trump, com a iminente ameaça de imposição detarifas, trouxe volatilidade aos mercados, gerando incertezas sobre a continuidade dessa narrativa otimista. Apesar disso, o impacto foi pontual, e o cenário de excepcionalismo americano seguiu prevalecendo, sem alterações significativas na perspectiva geral. Esse contexto levou o FOMC (Federal Open Market Committee) a adotar uma postura mais cautelosa em sua reunião no final de janeiro. O Comitê decidiu pausar o ciclo de cortes de juros, refletindo sobre as incertezas em torno da evolução do cenário inflacionário, ao mesmo tempo em que reconhece a robustez da economia. Esse movimento de prudência demonstra que, embora a economia americana esteja resiliente, o Banco Central opta por um enfoque mais paciente, aguardando mais dados antes de decidir sobre possíveis ajustes na política monetária. No geral, janeiro foi um mês de combinação entre dados econômicos sólidos e incertezas políticas, mas o otimismo em relação à economia dos EUA prevaleceu. Os investidores continuaram a ver o cenário de crescimento global como promissor, embora com maior cautela em relação aos próximos passos da política fiscal e monetária nos Estados Unidos. Apesar da volatilidade, os índices acionários encerraram o mês emterritório positivo, com o S&P 500 subindo +2,26%. Além disso, as commodities tiveram boa valorização, com destaque para o ouro, que registrou um ganho de +7,36% no mês.Diante desse cenário, optamos ao longo do mês por aumentar nossa alocação em ações internacionais com foco nos EUA, sendo parte via opções e parte via ações selecionadas. No entanto, devido às incertezas em relação às políticas do presidente Donald Trump, adicionamos também posições compradas em USD contra uma cesta de moedas internacionais.
 

Brasil

 
No Brasil, janeiro revelou uma desaceleração econômica mais pronunciada, com dados que indicam uma revisão para baixo das expectativas de crescimento. A projeção do PIB do 4º trimestre, inicialmente estimada entre 0,6% e 0,7%, foi revisada para uma expansão mais modesta de 0,5%. A desaceleração tem se mostrado difusa, afetando vários setores da economia, exceto o setor agropecuário, que segue apresentando maior dinamismo. A inflação no Brasil manteve sua tendência de aceleração em janeiro, com um aumento mais disseminado nos preços, especialmente nos serviços. A inflação subjacente, que estava na casa dos 4,5% há dois trimestres, subiu para 5,2% no final de 2024 e agora gira em torno de 5,5%. O Real (BRL) mais estável e a inflação relativamente controlada nos setores de energia, combustíveis e alimentos ajudam a mitigar o risco de um descontrole inflacionário como o observado em 2021-2022.O cenário fiscal no início de 2025 foi influenciado pelo recesso parlamentar,resultando em um noticiário mais vazio. No entanto, o resultado fiscal de dezembro foi menos deficitário do que o esperado, com o governo apresentando um superávitde R$ 43 bilhões, dos quais R$ 32 bilhões foram extraordinários. O governo também sinalizou uma postura de maior austeridade para 2025, limitando os gastos mensais a1/18 do orçamento até a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA).Por fim, em linha com as expectativas do mercado, o Copom decidiu elevar a Selic em 100bps, mantendo um viés de aperto monetário. A surpresa veio com a ausência de renovação do guidance, deixando o futuro das próximas reuniões em aberto.Em resumo, janeiro foi um mês de revisões nas expectativas econômicas no Brasil. Adesaceleração econômica, a aceleração das expectativas de inflação e o cenário fiscal mais desafiador continuam a pressionar a confiança no crescimento do país. No entanto, a falta de más notícias e uma melhora no fluxo financeiro e comercial trouxeram alívio para a moeda brasileira, criando um ambiente mais benigno para ativos brasileiros no início de 2025. Por ora, seguimos seletivos em nossas alocações.(i) comprada em uma carteira selecionada de ações; (ii) pequena posição vendida namoeda e; (iii) aplicada no juro real longo.
 
Parcitas Investimentos

Versão em PDF
Versão em PDF
Este site utiliza cookies para aprimorar sua experiência, ou seja armazenamos dados para análise e produção de conteúdo adaptado ao seu interesse. Ao clicar em aceitar você concorda em armazenar cookies em seu dispositivo. Para saber mais, leia nossa Política de Privacidade.