Ao longo do mês de novembro no cenário internacional, novos dados fortes de atividade foram divulgados ao redor do mundo, o que somado à inflação corrente ainda pressionada, tem deixado os bancos centrais com uma postura mais austera. Vários países já se encontram em processo de retirada de estímulo monetário e nos E.U.A, a discussão entre os membros do FOMC é de acelerar o processo de tapering – redução do ritmo da compra de ativos. Mesmo diante da aparição de uma nova cepa do coronavírus no final do mês, que levou à queda das bolsas globais, o presidente do banco central americano, em seu testemunho perante ao senado, reiterou a preocupação com a inflação e a intenção de acelerar a redução das compras de títulos longos. Essa postura intensificou a correção nos preços dos ativos globais no último dia do mês, fazendo com que o SPX terminasse novembro no negativo.
Apesar de já ter iniciado o processo de tapering, acreditamos que a futura retirada de liquidez pelo FED será feita de forma cautelosa e gradual, preservando as condições financeiras afrouxadas por bastante tempo. Isso somado ao bom balanço das famílias e empresas americanas deve permitir com que a economia continue a crescer nos próximos trimestres, ainda que em ritmo mais lento. Do lado micro, as grandes empresas têm conseguido repassar custos e apresentaram, de modo geral, bons resultados no terceiro trimestre. Sendo assim, mantivemos a posição comprada na bolsa americana como sendo a principal alocação do fundo. O maior risco para essa posição segue vindo do front inflacionário caso a inflação obrigue o Fed a apertar as condições monetárias de forma mais brusca. Embora não seja o nosso cenário base, reconhecemos o risco e seguimos posicionados para um aumento dos juros futuros americanos.
Infelizmente, o mercado e o mundo voltaram a se preocupar com o coronavírus. A nova cepa traz os mesmos questionamentos e riscos que vimos nos casos anteriores, no entanto, acreditamos que em um mundo mais vacinado a mortalidade será bastante baixa e atribuímos, assim, baixa probabilidade a cenários de lockdown mais severo, o que colocaria sub judice a nossa alocação em bolsa . Dessa forma, não fizemos grandes alterações no portfólio em função deste tema.
No Brasil, assistimos a uma descompressão de prêmios, em particular no mercado de juros, conforme o furo no teto ficou restrito à proposta aprovada pela CCJ da Câmara, não tendo sido alargado durante as discussões no Congresso em torno da PEC dos precatórios e da MP do Auxílio Brasil. Do lado econômico, os números de inflação seguem pressionados, o que tem levado a uma deterioração das expectativas para 2022 e 2023. Ainda que em seu discurso o Banco Central não tenha desistido de entregar a inflação na meta no ano que vem, julgamos esse cenário bastante improvável, e em algum momento, acreditamos que ele passará a focar no IPCA de 2023, o que pode coincidir com o fim do ciclo de aperto monetário. No entanto, como a inflação corrente segue ainda bastante pressionada, não acreditamos que essa mudança de horizonte aconteça em breve e seguimos zerados no mercado de juros. Durante o sell-off do final do mês, reduzimos significativamente a nossa posição de valor relativo (vendida em Ibov e comprada em real) depois de ela ter performado de forma favorável com o estresse causado nas bolsas com o surgimento da nova cepa do coronavírus. Vale frisar que a antecipação da discussão das eleições tem deixado o cenário de Brasil ainda mais incerto e gostaríamos de ver maiores deslocações de preços a fim de fazermos posições mais substanciais nos ativos brasileiros.
Resultado Novembro – Parcitas Hedge FIC FIM
Mês
0,35% / 60% do CDI
12 meses
8,80% / 233% do CDI
Ano (2021)
7,30% / 203% do CDI
Desde o Início*
25,11% / 196% do CDI
*(02/jan/2019)