Outubro/2021 – Parcitas Hedge FIC FIM

Em outubro, no cenário internacional, os gargalos nas cadeias produtivas e a pressão inflacionária corrente, que resiste em ceder, têm levado os bancos centrais a adotar uma postura mais dura. Em alguns países desenvolvidos, e em vários emergentes, o processo de retirada dos estímulos monetários já se iniciou. Sendo assim, observamos um aumento nas taxas de juros longas da maioria dos países, incluindo os E.U.A., cujo banco central já sinalizou que deve começar a reduzir o grau de estímulo (tapering) nos próximos meses. Este continua sendo o maior risco para os ativos globais. Uma persistência maior da inflação pode levar a um aperto mais brusco das condições financeiras, acarretando uma correção maior nas bolsas e demais ativos de risco. Assim, o fundo segue posicionado para um aumento dos juros futuros americanos.

Embora este seja um risco constante em nossos cenários, seguimos construtivos com a economia americana e a capacidade das grandes empresas repassar os aumentos de custos, como, de modo geral, tem sido observado nos resultados do terceiro trimestre divulgados até agora. Desta forma, a nossa maior alocação segue sendo na bolsa dos E.U.A., em particular, no setor de tecnologia.

 

No Brasil, o cenário segue muito confuso com o pais criando uma crise atrás da outra. O pano de fundo reside na pretensão eleitoral do presidente Bolsonaro diante de uma queda de popularidade em meio ao aumento da inflação e a má gestão durante a pandemia. Na tentativa de reverter esta queda, o governo optou por “furar o teto de gastos” e promover um incremento dos programas sociais para além do que o teto permitia. Tal medida foi interpretada pelo mercado como a quebra do arcabouço fiscal atual, colocando em dúvida a sustentabilidade da dívida. No nosso entender, essa guinada na política econômica terá efeitos eleitorais antagônicos aos pretendidos. A desvalorização do real deve levar à mais inflação no curto prazo, fazendo o Banco Central a puxar mais os juros, o que deve acarretar numa queda ainda maior de atividade no longo prazo. Estes efeitos somados devem se sobrepor ao eventual ganho de popularidade que possa vir a ocorrer oriundo do aumento do Bolsa Família. No entanto, o risco não termina por aí. As consequências das medidas já adotadas podem levar a mais populismo, como de certa forma, já temos visto com relação ao mal estar causado na classe política pelo aumento nos preços dos combustíveis. Parece-nos difícil haver uma alteração dessa dinâmica nos próximos meses, a não ser que um candidato de centro desponte e reduza as chances de o presidente ir para o segundo turno. Embora o risco de continuidade da guinada populista seja alto, receamos que os preços dos ativos brasileiros já estejam muito descontados. Assim, preferimos zerar a posição direcional tomada nos juros e aumentar a posição de valor relativo vendida no dólar e vendida na bolsa, uma vez que o caminho escolhido pelo governo deve levar-nos à mais inflação, logo mais juros, e menos crescimento, o que tende a favorecer o câmbio em detrimento da bolsa.

 

Parcitas Investimentos

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