Setembro/2021 – Parcitas Hedge FIC FIM

Setembro foi um mês difícil para os mercados internacionais e doméstico. No front externo, tivemos vários eventos que impactaram negativamente os ativos. Alguns julgamos ser de natureza mais efêmera, como por exemplo os problemas com a incorporadora chinesa Evergrande e as preocupações com o debt ceiling (limite para endividamento) nos E.U.A. Porém outros requerem um pouco mais de cautela e podem ter efeitos mais duradouros, tais como a mudança de comunicação e postura de alguns bancos centrais de países desenvolvidos em direção à retirada dos estímulos monetários, o recrudescimento dos problemas nas cadeias produtivas globais e, mais recentemente, o encarecimento das commodities de energia. Os dois últimos adicionam ainda mais preocupação ao tema da inflação ao redor do mundo, que tem se demonstrado menos transitória do que inicialmente imaginado. Em função disso, aumentamos a posição tomada em juros nos E.U.A. e mantivemos uma exposição comprada em bolsa abaixo da média histórica do fundo. Apesar das preocupações acima descritas, seguimos otimistas com a atividade econômica americana e com a capacidade das boas e grandes empresas continuarem gerando bons resultados nos próximos trimestres. Além disso, apesar de já ter sinalizado o início da redução da expansão do seu balanço, acreditamos que o Fed o fará de forma cautelosa, buscando minimizar os impactos nos mercados.

 

No Brasil, depois de um começo de mês muito turbulento, a crise institucional arrefeceu e os mercados voltaram-se para os outros desafios do país: inflação em alta e crescimento em baixa. Essa combinação mantém acesa a preocupação com a situação fiscal já que governos e governantes costumam ter dificuldades de lidar com esse tipo de situação econômica, em particular, em anos pré-eleitorais, quando a tentação por medidas populistas aumenta. De certa forma, já estamos vendo isso com o escrutínio sobre a política de preços da Petrobras, a tentativa de se criar um vale-gás e a dificuldade em se resolver a questão dos precatórios e do novo Bolsa Família. Sendo assim, seguimos cautelosos com a alocação de risco em Brasil. Possuímos apenas uma posição de valor relativo (comprada na moeda brasileira e vendida no índice Bovespa) por acreditarmos que a moeda deveria performar melhor do que a bolsa num cenário de crescimento sendo revisado para baixo e juros subindo. Possuímos também uma posição tomada em juros. Apesar de o BC ter comunicado que não pretende acelerar o passo do aperto monetário, acreditamos que a taxa Selic terá que ser elevada para um patamar significativamente contracionista, se a autoridade monetária quiser entregar a inflação de 2022 na meta. O IPCA, que já vinha bastante pressionado, deve sofrer nova pressão com o encarecimento das commodities energéticas não sendo acompanhado por uma apreciação do real.

 

Parcitas Investimentos

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