Mundo
Mais um mês de surpresas inflacionárias altistas nas principais economias do mundo, notadamente nos E.U.A. e na zona do Euro. Tais dados, somados à narrativa austera dos bancos centrais, levou a um novo forte aumento das taxas de juros globais, causando quedas relevantes nos mercados acionários e de commodities. Apesar do esforço das autoridades monetárias em controlar a inflação, vários governos, em particular na Europa, têm implementado pacotes fiscais com o intuito de ajudar as famílias e empresas a absorver melhor o choque no custo de energia, mas que acabam por dificultar o trabalho dos bancos centrais em combater o aumento de preços. Com isso, acabamos por observar aberturas ainda mais pronunciadas nas taxas de juros longas. Vale destacar o caso do Reino Unido, onde o programa fiscal excessivamente arrojado da nova primeira ministra levou o banco central inglês a intervir no mercado de títulos públicos, a fim de evitar disfuncionalidades e a materialização de efeitos indesejados de segunda ordem. Embora a inflação siga surpreendendo para cima, vale notar que o aperto das condições financeira já é relevante, e começamos a nos perguntar se os efeitos defasados da política monetária já não estariam por acontecer. O fundo, Parcitas Hedge FIC FIM, segue com uma posição tomada em juros curtos de Europa e em menor parte de E.U.A., com uma exposição líquida baixa na bolsa americana, concentrada no setor de tecnologia.
Brasil
No Brasil, apesar da turbulência nos mercados internacionais, os ativos locais se comportaram relativamente bem no mês com os juros sendo o ativo de melhor performance. O fim do forte aperto monetário implementado pelo Banco Central, somado a uma surpresa baixista bastante grande no último IPCA-15, permitiu que as taxas futuras de juros caíssem entre 20-40bp, apesar da forte subida nas taxas globais. Seguimos com o cenário de que o Brasil está diante de um importante processo de desinflação, fundamentado em diferentes vetores, tais como: forte aperto das condições financeiras domésticas, queda do preço em real das commodities, normalização das cadeias produtivas com a respectiva desinflação dos preços transacionáveis. Assim, iniciamos um posição aplicada, concentrada na parte intermediária da curva de juros. O fim do ciclo de elevação da Selic também nos fez zerar a pequena posição de valor relativo vendida na Ibovespa e comprada em real. Começamos a debater também se já está na hora de comprar ações brasileiras dado o valuation aparentemente atrativo e o encerramento do ciclo de aperto monetário, no entanto, a cautela com relação ao mercado externo tem-nos levado a priorizar a posição aplicada em juros. Por fim, com relação às eleições acreditamos que a política econômica de ambos os candidatos será bastante parecida no tocante às contas públicas, pelo menos no início do governo, de modo a não comprometer o provável ciclo de corte de juros ao longo do próximo do ano.