Outubro/2022 – Parcitas Hedge FIC FIM

Mundo

 

Observamos mais um mês com surpresas inflacionárias altistas nas principais economias do mundo. No entanto, dessa vez, as taxas de juros não subiram tanto como em setembro, dado o já elevado nível precificado nas curvas futuras – próximo a 5% nos E.U.A. e a 3% na Europa. Além disso, a expectativa de que o Fed reduza o passo do aperto monetário em dezembro, somado ao discurso mais dovish do BCE, limitou a subida das taxas. Além dos números altos de inflação, os dados de PIB americano e europeu também surpreenderam para cima, corroborando a leitura de que a atividade econômica global segue resiliente. Do lado micro, as notícias para a inflação também não têm sido boas. Diversas empresas americanas reportaram resultados em linha ou melhores do que o esperado e, mais importante, têm dito que seguem conseguindo repassar o aumento dos custos para os consumidores via aumento de preços. Tudo isso torna o trabalho dos bancos centrais ainda mais difícil, parecendo pouco provável conseguirem uma redução significativa da inflação sem causar uma recessão mais aguda. Em termos de posicionamento, concentramos a posição tomada em juros globais na Europa por considerarmos que o BCE está mais atrasado no processo de normalização da política monetária. Em função dessa postura mais leniente perante à inflação e dos riscos trazidos pela guerra na Ucrânia, a crise energética e os gastos fiscais dos países membros, abrimos uma pequena posição vendida no euro. Já nas bolsas globais, estamos com uma exposição líquida levemente vendida, reflexo de uma carteira comprada em single names em torno de 18% do fundo contra uma posição vendida nos índices SPX e Nasdaq da ordem de 25%.

 

 

Brasil

 

No Brasil, apesar de alguma apreensão com as eleições, os ativos performaram bem ao longo do mês de outubro, seguindo o rally nos mercados globais. A vitória do ex-presidente Lula foi bem recebida pelo mercado, com bolsa subindo e dólar caindo no dia seguinte ao da eleição. Seguimos com a leitura de que Lula optará pelo pragmatismo no início do governo, não tendo incentivos para adotar políticas heterodoxas como vistas durante o governo Dilma. Assim, mantivemos a posição aplicada na parte intermediária da curva de juros diante da intensificação do processo desinflacionário brasileiro. Os últimos dados de inflação, em particular o IPCA-15, nos dão conforto de que a pressão de preços está se esvaindo de forma mais disseminada, incluindo até o setor de serviços que costuma ser o mais resiliente. Temos dedicado atenção especial a esse setor dado que ele pode postergar o início do ciclo de cortes a ser implementado pelo Banco Central. Além de serviços, também temos monitorado com mais cuidado os dados de atividade que tem se demonstrado mais forte e resiliente do que imaginávamos. No entanto, observamos que alguns sinais de desaceleração começam a ficar mais claros, conforme os efeitos da política monetária passam a pesar sobre o mercado de crédito, o consumo das famílias e a construção civil, corroborando, assim, a posição aplicada

 

 

 

 

 

 

 

Parcitas Investimentos

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