O fundo Parcitas Hedge FIC FIM encerrou o mês de março com o rentabilidade de 0,95% (115% do CDI), sendo bolsas globais e juros local as estratégias que tiveram maior contribuição para o resultado.
Mundo
No cenário internacional, tivemos a divulgação de mais dados fortes da economia americana ao longo do mês março. O número do Payroll veio bastante acima das expectativas, trazendo 275 mil novas contratações. Trata-se de um mercado de trabalho ainda robusto, porém as revisões do Payroll aliadas com uma household survey fraca reduziram o cenário de cauda de uma reaceleração muto forte da economia americana.
No front inflacionário, tivemos mais uma surpresa altista no Core CPI, vindo em 0,358% versus uma expectativa de 0,3%. Aparentemente, o dado de fevereiro parece ter trazido um resquício da sazonalidade atípica de começo de ano que tem afetado preços de serviços de forma desproporcional. Ainda assim, seguimos confiantes numa trajetória de queda da inflação nos próximos meses, no entanto, de forma um pouco mais lenta e ruidosa do que esperávamos até então.
Em função disso, realocamos uma parte da posição aplicada da curva de juros americana para a curva europeia, por entendermos que o BCE esteja mais próximo de iniciar um ciclo de corte de juros do que o Fed, diante da fraqueza da economia europeia, notadamente, da Alemanha.
Além disso, mantivemos a posição comprada no índice SPX conforme o cenário de soft landing se materializa nos EUA e as empresas seguem reportando bons resultados.
Brasil
No Brasil, os dados de atividade também surpreenderam para cima, com o mercado começando a revisar o PIB de 2024 para algo mais próximos de 2%. Tal melhora na dinâmica de crescimento parece refletir o aumento da renda das famílias, a virada no ciclo de crédito e impulsos diretos de governos regionais puxando investimentos públicos para cima.
No campo inflacionário, os índices cheios vieram relativamente em linha com o esperado, no entanto, a inflação de serviços tem se mostrado mais persistente, girando entre 4.5 e 6.0% a.a. a depender da métrica. Vale notar que desde dezembro, a inflação de serviços tem surpreendido na ponta altista de forma consistente. E isto, aparentemente, já entrou no radar de preocupações do Banco Central, que em sua última reunião, optou por sinalizar mais um corte de 50bps, e a partir de então, cortes possivelmente menores.
Em função disso, reduzimos um pouco mais a nossa posição aplicada em juros reais. Apesar de enxergarmos a curva DI bem precificada hoje, acreditamos que quando do início do ciclo de cortes nos EUA, muito possivelmente, discutir-se-á uma extensão do ciclo no Brasil, com o cenário de Selic terminal ao redor de 9,5% podendo ser revisado para baixo. Além disso, há também a possibilidade de os juros reais ex post serem menores diante de uma inflação mais alta, em um cenário onde o novo presidente do BCB seja um pouco mais tolerante com carestia.
Versão em PDF