Mundo:
Maio foi um mês tranquilo nos mercados internacionais conforme a preocupação com o Covid esvai-se, em meio ao sucesso da vacinação nos E.U.A. e à aceleração da imunização na Europa. A ainda incipiente discussão sobre a diminuição dos estímulos monetários (tapering) dentre os membros do FOMC foi mais uma vez mais postergada diante dos dados de emprego abaixo do esperado para o mês de abril. Em que pese o atual conforto do FED em manter os estímulos da economia americana, acreditamos que a redução do grau de afrouxamento monetário será um tema importante ao longo do segundo semestre. Este assunto, somado à robustez da retomada americana e aos números mais fortes de inflação, ainda que aparentemente temporários, fez com que mantivéssemos a posição tomada em juros nos E.U.A., acreditando em sua possível alta. Na parte acionária, seguimos otimistas com as perspectivas de resultados das empresas americanas, tendo alocado uma parte maior da nossa posição em single names, que julgamos ser menos penalizados numa eventual redução de liquidez pelo FED.
Brasil
O destaque do mês concentrou-se em Brasil, onde os dados fortes de atividade levaram a revisões altistas para o crescimento deste ano. No front fiscal, a melhor perspectiva para o PIB, somada a um deflator muito acima do IPCA, permitiu uma redução significativa da razão dívida/PIB, assim como melhores projeções de déficit primário para 2021. Por trás desta melhora, encontra-se a forte elevação no preço das commodities no mercado internacional com as consequências benignas para o Brasil em termos de saldo comercial e atividade econômica. Diante deste cenário, e com o avanço das discussões em torno das reformas administrativa e tributária, aumentamos a exposição à bolsa brasileira e a nossa posição da curva de juros apostando na redução da inclinação da curva (flattening). Também zeramos a pequena posição que tínhamos comprada em dólar. Ainda que reconheçamos a melhora pontual da relação dívida/PIB, enxergamos com cautela a trajetória fiscal brasileira, quer pela dubiedade do atual governo com a responsabilidade fiscal, ainda mais com a aproximação das eleições, quer pela dependência dessa melhora dos preços das commodities no mercado internacional. Sendo assim, embora tenhamos aumentado nossa exposição ao Brasil, seguimos com uma parte relevante do nosso risco alocada em ativos externos.