O fundo encerrou o mês de dezembro com a rentabilidade de 0,08% e 7,39% no ano.
No cenário externo, segue a normalização da política monetária ao redor do mundo. Como esperado, o Fed dobrou o ritmo de tapering (redução da compra de títulos longos) e revisou para cima a projeção de juros nos E.U.A., passando a projetar 3 altas ao longo de 2022. Embora reconheçamos que a inflação segue sendo o maior risco para a economia global, seguimos com o entendimento de que a retirada de liquidez por parte do Fed será cuidadosa e gradual de modo a preservar as condições financeiras afrouxadas por bastante tempo. Isso, somado aos bons fundamentos tanto da economia americana, como também das grandes empresas que compõem o SPX, faz com que mantenhamos a maior parte do risco do fundo alocada na bolsa dos E.U.A.
Depois de um stress inicial com a nova variante do coronavírus, os mercados parecem ter se acalmado dado que o número de hospitalizações e mortes segue baixo. Como dissemos no comentário do mês anterior, não fizemos grandes alterações na carteira do fundo diante deste tema. Além da difícil previsibilidade, acreditamos que os efeitos na saúde pública e na economia serão significativamente menores uma vez que a população mundial se encontra mais vacinada.
No Brasil, o destaque se deu por novos números fracos de atividade. O mês começou com dados abaixo do esperado no setor de bens, o que já era esperado diante da reabertura da economia e da retomada do setor de serviços – até então, mais impactado pela pandemia. No entanto, ao longo do mês, ficou claro que o faturamento do setor de serviços também começou a recuar na margem. Essa queda sincronizada de ambos os setores (bens e serviços) sugere que as famílias estão começando a sentir a perda do poder de compra causada pela inflação. O PIB do 3º trimestre frustrou novamente as expectativas e os indicadores do 4º trimestre começam a apontar para um crescimento negativo, reduzindo o carry-over para 2022 e aumentando a chance de termos um PIB próximo (ou mesmo abaixo) de zero no ano que vem. Vale notar que tudo isso ocorre sem que a economia tenha sentido ainda os efeitos do forte aperto monetário promovido pelo Banco Central ao longo deste ano. Diante deste cenário, seguimos cautelosos com a bolsa brasileira.
No front inflacionário, as notícias são um pouco melhores. O índice cheio do IPCA surpreendeu para baixo tanto no mês de novembro como na previa de dezembro. Os núcleos, no entanto, seguem pressionados, o que sugere que o Banco Central manterá uma postura austera por mais tempo. Com o câmbio relativamente estabilizado e na ausência de novos choques de oferta, acreditamos que o BC conseguirá reancorar as expectativas para 2023 e 2024, conforme os últimos dados do boletim Focus começam a sugerir. Ao avançarmos nos primeiros meses de 2022, as projeções de IPCA para a 2023 passarão a ter mais peso nos modelos do BC, o que deve levá-lo a finalizar o ciclo de aperto monetário. Neste momento, o juro real ex-ante se encontrará em terreno já bastante restritivo e, muito provavelmente, as projeções de inflação para 2023 estarão mais próximas da meta de 3.25%. Se do lado da inflação doméstica, o case para posições aplicadas parece se avizinhar, quando estendemos a discussão para juros externos e eleições no Brasil, o cenário fica um tanto mais turvo. Assim, seguimos com pouco risco alocado no mercado de renda fixa brasileiro.
Resultado Dezembro – Parcitas Hedge FIC FIM
Mês
0,08% / 11% do CDI
12 meses
7,39% / 168% do CDI
Ano (2021)
7,39% / 168% do CDI
Desde o Início*
25,21% / 185% do CDI
*(02/jan/2019)