Novembro/2024 – Parcitas Hedge FIC FIM

 

O fundo Parcitas Hedge FIC FIM encerrou o mês com retorno nominal mensal de +1.17% (148% CDI) e acumula retorno no ano de 6.64% (67% CDI). 

 

Mundo 

O mês de novembro foi marcado por eventos muito relevantes no calendário político e econômico dos Estados Unidos. O mês começou com a divulgação dos dados do mercado de trabalho americano, que vieram muito abaixo do esperado, reflexo de um período atípico devido a eventos climáticos e greves em diversas regiões do país. Logo em seguida, ocorreu a tão aguardada eleição presidencial americana, na qual Donald Trump foi novamente consagrado presidente, com ampla vantagem tanto no colégio eleitoral quanto no voto popular.
Além disso, os Republicanos conquistaram o controle da Câmara e do Senado, consolidando o chamado “Red Sweep”, que garantiu domínio total sobre o executivo e o legislativo. Também começaram a ser revelados os nomes indicados para compor o secretariado do novo governo Trumpista, destacando-se a nomeação de Scott Bessent como Secretário do Tesouro. Essa escolha foi muito bem recebida pelo mercado, ofuscando outras nomeações mais controversas para secretarias de menor relevância.
No entanto, ainda há poucos detalhes sobre a agenda econômica completa de Trump. Até o momento, o presidente eleito deu apenas algumas indicações, como ameaças de imposição de tarifas à China, Canadá e México, mencionadas em postagens nas redes sociais. É provável que o governo Trump traga uma agenda de desregulamentação e cortes de impostos, embora a política tarifária possa adicionar volatilidade ao cenário econômico.
Ainda em novembro, ocorreu a reunião do FOMC, que, como amplamente esperado, resultou na redução da taxa básica de juros em 25 pontos-base. A reunião não trouxe grandes surpresas, com Jerome Powell reafirmando confiança na resiliência da economia americana e reiterando a postura de dependência de dados (“data dependent”), sem fornecer pistas concretas sobre a decisão do comitê na reunião de dezembro.
Outros dados importantes divulgados no mês, como o ISM Services e as vendas no varejo (Retail Sales), reforçaram a resiliência da economia americana no final do ano. Contudo, os dados de inflação apresentaram uma leve alta, especialmente em comparação com os níveis observados em junho e julho deste ano.
De forma geral, a economia americana continua apresentando um desempenho saudável, com consumo resiliente e inflação convergindo de forma mais lenta em direção à meta. Nesse contexto, seguimos comprados em bolsa norte-americana como principal fator de risco do fundo.

 

Brasil 

Após uma sequência de dados fracos em outubro, surgiram surpresas positivas de atividade ao longo de novembro. Os dados de setembro impulsionaram revisões para cima nas projeções do PIB, tanto para o terceiro quanto para o início do quarto trimestre. O nosso tracking interno para o crescimento do 3º trimestre foi ajustado para +0,4% (qoq sa), ante a expectativa anterior de 0,2% a 0,3%. No entanto, o crédito para famílias está diminuindo, especialmente no financiamento de imóveis, que é mais sensível às mudanças nas taxas de juros. Por outro lado, o componente de renda continua aquecido, com uma forte geração de empregos e rendimentos crescendo em torno de 6% (nominal) ano a ano.
Embora o crescimento esteja desacelerando, permanece acima do potencial, com as transferências do primeiro semestre ainda contribuindo positivamente. A inflação corrente contínua pressionada, destacando-se a alta de 16% no preço do boi no último mês, que gerou um repasse significativo para o varejo. A inflação subjacente estabilizou-se entre 4,3% e 4,5%, sem sinais de contágio de choques de oferta.
No âmbito das expectativas, a eleição de Trump e as incertezas fiscais impactaram negativamente, levando a uma rápida desancoragem das projeções. As expectativas de inflação para 2025 e 2026 aumentaram, marcando a piora mais rápida na pesquisa Focus desde o início do governo Lula. As projeções internas também estão pressionadas, com a inflação prevista para 2025/26 em 4,6% e 4,0%, respectivamente, e o risco altista permanece elevado.
O principal evento no Brasil no último mês foi a apresentação do pacote de revisão de gastos, que trouxe à tona incertezas estruturais no campo fiscal. O pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo decepcionou, com previsões de impacto muito menores do que o inicialmente prometido. Apesar do compromisso em manter o arcabouço fiscal, a falta de medidas efetivas para a redução da dívida bruta e a resistência no Legislativo indicam que é improvável uma aprovação sem mudanças significativas.
Além disso, o anúncio de que a reforma do IR será apresentada apenas em 2025 aumentou a cautela do mercado com os próximos passos do governo na área fiscal.
Por fim, o Copom indicou, em seu último comunicado, que uma Selic superior a 14% poderia ser necessária caso não houvesse uma reação no campo fiscal ou se o cenário externo permanecesse desafiador. Desde então, o mercado passou a especular sobre uma aceleração nos aumentos da Selic. Após o anúncio do pacote fiscal, o mercado chegou a precificar uma taxa terminal próxima a 15%. Atualmente, estimamos uma Selic terminal entre 13,5% e 14,0%, com um ritmo de aperto de 75 pontos-base nas próximas reuniões.
Em conclusão, seguimos monitorando de perto os desenvolvimentos e ajustando nossas estratégias conforme necessário. Estamos com posições leves no Brasil, priorizando estratégias relativas.

 

Parcitas Investimentos

Versão em PDF
Versão em PDF
Este site utiliza cookies para aprimorar sua experiência, ou seja armazenamos dados para análise e produção de conteúdo adaptado ao seu interesse. Ao clicar em aceitar você concorda em armazenar cookies em seu dispositivo. Para saber mais, leia nossa Política de Privacidade.