Setembro/2023 – Parcitas Hedge FIC FIM

O fundo Parcitas Hedge FIC FIM encerrou o mês de setembro com o resultado de -2.26%, acumulando +5.36% no ano. A principal contribuição para a performance do período foi a estratégia de juros globais, com o movimento de abertura das taxas de juros dos Estados Unidos.

 

Mundo

 

 

No cenário internacional o grande destaque foi o movimento das curvas de juros globais, com destaque para a americana (juros de 10 anos abrindo 45 bps). Esse movimento acabou gerando uma aversão a risco nos ativos, com o S&P recuando mais de 4% no mês e com o dólar mais forte.

Narrativas para justificar essa magnitude de abertura não faltam: (i) a atividade mais resiliente; (ii) a discussão de um juro real neutro mais elevado; (iii) a questão da piora fiscal americana (aumento na oferta de títulos para financiar o crescente déficit); (iv) passando por questões geopolíticas (menor demanda de títulos soberanos americanos por potenciais compradores como China e Arábia Saudita) são apenas algumas delas. Concordamos em parte com algumas, mas neste momento nos parece exagerado o prêmio embutido na curva de juros, apresentando, dessa forma, uma boa assimetria para a posição aplicada.

 

Além disso, como já destacamos em cartas anteriores, seguimos com um cenário de desaceleração da economia americana. Já começamos a ver sinais de arrefecimento nos dados econômicos e o que mais tem chamado a nossa atenção é a quantidade de revisões baixistas de dados passados, como por exemplo o payroll (criação de vagas de trabalho), as vendas no varejo e a produção industrial.

 

Dessa forma, seguimos aplicados em juros dos EUA, mas, ao longo das últimas semanas, encurtamos os vencimentos por acreditarmos que o fim do ciclo de aperto monetário tende a ancorar os vencimentos mais curtos e nos protege de algumas das narrativas supracitadas. Além das posições aplicadas, seguimos comprados em uma cesta de ações americanas, mas neutralizando tal exposição via posições vendidas no S&P.

 

 

 

Brasil

 

Na parte doméstica, o Copom optou por seguir no processo de afrouxamento monetário no ritmo de 50bps, levando a taxa básica para 12,75%. No entanto, os documentos oficiais e os diretores do Banco Central têm adotado um tom mais duro, contendo assim uma expectativa de aceleração no ritmo de cortes.

 

Trabalhamos com um cenário de maior probabilidade de manutenção do nível de cortes pelo BC (50bps), mas não descartamos uma aceleração para 75bps entre a última reunião deste ano e as primeiras de 2024 já que: (i) os dados de atividade têm apresentado sinais de fadiga, (ii) a inflação surpreendeu positivamente o mercado e (iii) o ambiente político nos parece favorável para a aprovação de reformas. Do lado negativo, temos a frustração com a arrecadação e desempenho das contas primárias, mas não acreditamos que isso será detrimental a ponto de frear o ritmo de corte de juros pelo BC.

 

Dito isso, no mês passado os ativos brasileiros não tiveram bom desempenho e, ao nosso ver, esses movimentos são explicados pelo ambiente externo mais conturbado, já destacado anteriormente. Seguimos com a posição tomada na inclinação de juros e mais recentemente uma posição aplicada nos juros nominais e reais com vencimentos de até 2 anos, buscando nos beneficiar do stress recente na curva de juros, que nos parece exagerado.

 

 

 

 

 

Parcitas Investimentos

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