O fundo Parcitas Hedge FIC FIM encerrou o mês de maio com o resultado de +1.78% (159% do CDI), acumulando +9.22% no ano (172% do CDI).
As principais contribuições para o resultado foram na estratégia de ações globais, com boa performance das ações do setor de tecnologia, da bolsa americana.
Mundo
No mês de maio, a principal discussão girou em torno de uma possível recessão global e se o FED subirá novamente a taxa de juros na próxima reunião ou se já estamos no final do ciclo de aperto monetário. Isso tem sido o tema do mercado, especialmente dos mercados de juros e ações dos Estados Unidos (SPX).
A comunicação do FED foi mais dovish em sua última reunião, sugerindo maior cautela e indicando a possibilidade de uma pausa no ciclo de alta das taxas de juros nos EUA. Seja devido ao aperto monetário já implementado ou por dados de atividade econômica que já indicam uma acomodação, especialmente no setor manufatureiro. Por outro, a inflação continua alta, impulsionada por um mercado de trabalho apertado e um setor de serviços aquecido.
As taxas de juros americana, principalmente na parte curta da curva, abriram significativamente, cerca de 40/50 bps, enquanto as taxas de longo prazo subiram em torno de 20 bps. A alta nas taxas ocorreu devido à postergação dos temores de recessão, impulsionada por dados de atividade fortes e uma diminuição do medo de uma crise bancária sistêmica após os facilities do FED. Como resultado, houve uma reprecificação da curva de juros, com a retirada dos cortes de 100 bps anteriormente precificados para o final do ano. Essa reprecificação afetou negativamente o desempenho do fundo, que estava aplicado na parte longa da curva de juros, em treasury de 10 anos. Apesar disso, mantemos a posição, pois acreditamos que o aperto monetário já foi significativo e provavelmente estamos chegando ao fim do ciclo. Além disso, historicamente, manter posições no fim do ciclo monetário mostram-se vencedoras. Por fim, acreditamos que para que a inflação se aproxime de 2%, será necessário um desaquecimento maior da economia e, consequentemente, do mercado de trabalho, o que favorecerá a queda de bolsa e o fechamento das taxas de juros de longo prazo.
Em renda variável, o SPX apresentou um bom desempenho e mantemos uma exposição líquida vendida na bolsa americana, mas com posições compradas em empresas do setor de tecnologia, que divulgaram bons resultados. Essa estratégia foi a que mais contribuiu para o resultado positivo do Parcitas Hedge no mês. Também aumentamos a posição em opções de venda do SPX, visando um cenário de queda mais acentuada nos mercados, especialmente no mercado acionário.
Europa e China apresentaram dados de atividade fracos, o que suporta ainda mais a nossa posição aplicada na curva de juros dos EUA, treasury de 10 anos, corroborando com o cenário de uma possível recessão global.
Seguimos cautelosos com cenário macro global prospectivo, com o risco do fundo relativamente mais baixo e com posições defensivas.
Brasil
Continuamos com uma exposição pequena em Brasil. A discussão central deixa de ser focada no arcabouço fiscal, uma vez que, mesmo que se questione sua qualidade, afastou do mercado o receio iminente de uma crise fiscal. Agora, a atenção se volta para a meta de inflação e se haverá alguma alteração nesse sentido, de forma que o BC possa sinalizar com maior clareza quando iniciará o ciclo de corte das taxas de juros no país.
Com dados que mostram atividade resiliente e uma inflação em declínio, estamos passando por um processo sólido de desinflação, o que coloca o BC em uma posição confortável para aguardar o momento para iniciar o ciclo de corte de juros. Mantemos uma pequena posição tomada na inclinação da curva de juros brasileira, pois acreditamos que os preços ainda não estão atrativos e aguardando uma sinalização mais clara do BCB para iniciar o corte das taxas de juros.