Março/2023 – Parcitas Hedge FIC FIM

O Parcitas Hedge FIC FIM encerrou o mês de março com o resultado de 3.15% (268% do CDI), acumulando 6.60% no ano (203% do CDI).

As principais contribuições estão em torno dos eventos que marcaram o mês.

 

Mundo

 

O mês de março foi marcado pelo colapso dos bancos SVB Financial e Signature Bank nos EUA e pela queda vertiginosa do valor de mercado do banco suíço, Credit Suisse, que acabou sendo comprado pelo rival, UBS, com o suporte do SNB, o banco central da Suíça. Esses eventos desencadearam uma crise de confiança no sistema bancário global, levando a uma forte reprecificação dos ativos financeiros, em particular da curva de juros americana, que chegou a precificar 5,75% de taxa de Fed Fund terminal,  encerrando o mês com uma precificação inferior a 5,0%. Vale notar que as autoridades dos respectivos países, EUA e Suíça, atuaram de forma rápida e forte a fim de evitar uma crise bancária mais ampla e assim, os mercados acionários recuperaram-se rapidamente.

Após este evento a dúvida que fica é: chegamos ao limite do ciclo de aperto monetário, uma vez que o sistema bancário foi colocado em cheque? Ou foi algo mais localizado, concentrado em alguns poucos bancos cuja gestão foi questionada, de modo que a economia siga aquecida, com o mercado de trabalho ainda apertado, a inflação resiliente, sendo necessária a continuidade do aperto monetário por mais tempo?

Dito isso, o fundo está posicionado para um ajuste maior na economia e nos mercados de ações. Assim, mantemos uma exposição líquida vendida na bolsa americana: seguimos comprados em ações de algumas empresas do setor de tecnologia e vendidos no índice SPX500. Também estamos com posição aplicada na treasury 10y (dez anos), já que o risco de recessão parece ter aumentado como consequência da crise bancária, que deveria afetar a confiança e a concessão de crédito nos próximos meses. No entanto, como ainda não sabemos se foi apenas um susto e se os BCs globais continuarão com o ciclo de aperto monetário por mais tempo, também estamos posicionados para uma eventual abertura da curva curta de juros dos EUA, caso o Fed continue a subir os juros por mais tempo.

 

 

Brasil

 

No Brasil, o arcabouço fiscal foi o destaque. Após finalmente ser apresentado, o mercado reagiu de forma positiva, talvez porque tenham-se diminuído as incertezas existentes. No entanto, na nossa leitura, o desafio fiscal para estabilizar a dívida PIB ainda é bastante grande e deverá ser questionado ao longo do mandato do novo governo.

A curva de juros de brasileira seguiu o movimento das taxas globais, mesmo com o BACEN se demostrando preocupado com as expectativas de inflação e sinalizando que um eventual afrouxamento monetário ainda está distante.

Acreditamos no ciclo de corte de juros no Brasil, porém não de imediato, uma vez que as expectativas de inflação seguem muito desancoradas. Para poder proceder com cortes nos juros, o BACEN precisa antes acompanhar como as expectativas de inflação reagirão ao novo arcabouço fiscal, e se a meta de inflação definida pelo CMN será ou não alterada. Caso mantida, o ciclo de afrouxamento monetário ainda estaria distante.

Seguimos com o fundo posicionado em valor relativo (vendido em bolsa brasileira e comprado em real), pelo carrego elevado da posição, e por ela se beneficiar de um cenário externo favorável para a moeda brasileira, ao passo que o cenário interno demonstra-se bastante desafiador para a bolsa. Também iniciamos uma posição tomada na inclinação da curva de juros brasileira, porém ainda pequena, dados os níveis de preços e o fato de ainda estarmos distantes do início do corte.

 

 

 

 

 

 

 

Parcitas Investimentos

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