Mundo
O fundo segue com o risco concentrado nos mercados externos, notadamente, na bolsa americana. O excesso de ruído local somado à robusta retomada da economia americana, com o Fed mantendo a política monetária acomodatícia, justificam a atual alocação de risco. Ainda que a variante Delta (e novas outras que possam vir a surgir) represente algum risco para a economia global, acreditamos que os efeitos serão muito mais modestos do que no passado dado o estágio avançado da vacinação nas principais economias do mundo. A postura acomodatícia por parte do Fed, que tanto tem suportado os ativos de risco, foi, uma vez mais, corroborada no simpósio de Jackson Hole onde a autoridade monetária americana sinalizou que a eventual retirada de estímulos deve acontecer apenas no final do ano. Seguimos, assim, com uma visão otimista para as bolsas dos E.U.A.
Brasil
No Brasil, a situação é diametralmente oposta. O crescimento de 2022 começa a ser revisado para baixo diante do aperto monetário em curso e da queda da renda das famílias oriunda da inflação elevada. Como se não fosse suficiente, as consecutivas crises institucionais e o risco, cada vez maior, de racionamento de energia, começam a contaminar a confiança, trazendo as expectativas de crescimento ainda mais para baixo. Para completar, o medo com a sustentabilidade da dívida voltou à tona com a questão, ainda não resolvida, dos precatórios e do novo programa social a substituir o Bolsa Família. Para além disso, a queda de popularidade do presidente exacerba o medo fiscal diante do receio de que ele tente políticas mais populistas em busca de maior apoio popular. Desta forma, julgamos conveniente ter uma menor alocação de risco em Brasil. Temos uma posição de valor relativo vendida na bolsa e comprada no real por entendermos que o aperto monetário em curso, com crescimento econômico cadente e contas externas ajustadas, tende a ser mais benéfico para a moeda brasileira, em detrimento da bolsa. Possuímos também uma posição de flattening (redução da inclinação) na curva de juros por acreditarmos que o Banco Central terá que levar a taxa Selic para um nível acima do neutro diante de um cenário inflacionário que segue cada dia mais desafiador. E por fim, estamos comprados no setor de commodities da bolsa e vendido no índice Ibovespa uma vez que seguimos otimistas com o cenário externo e as empresas deste setor encontram-se com valuation atrativo. No entanto, por não querermos ter uma posição direcional em Brasil, optamos por hedgear (proteger) essa exposição através de uma posição vendida no índice.